Comportamento

9 de jun. de 2025

 


É meu povo... chegou a hora de falar de trabalho! Essa sou eu em mais um vídeo do meu canal do Youtube, mudando mais um vez de assunto pra falar um pouco sobre como é a carreira de um UGC Creator. Neste vídeo eu falo sobre a diferença de um creator e de um influencer, compartilho minhas experiências no ramo, dou milhares dicas para quem está querendo começar nessa área e estou a disposição lá nos comentários do vídeo para tirar quaisquer dúvidas que surgirem por aí na cabecinha de vocês. 

É só dar o play e não deixar de me seguir para dar uma força para as manas do corre:


13 de mai. de 2025

 



Você já parou para analisar o seu entorno em um local público? Um restaurante, uma praça de alimentação de shopping, uma fila de cinema? Quantas pessoas você notou que conversavam entre si, liam um livro quando estavam sozinhas, ou estavam simplesmente curtindo um ócio olhando para o nada? Essa prática quase extinta cedeu o lugar para o inevitável vício do celular, aquele que está criando mentes preguiçosas, corcundas de dromedário, pessoas que mal conversam porque preferem manter a conversa no ambiente on-line ou rolar qualquer feed de mídia social para alimentar a fomo por qualquer coisa ou se sentir ainda mais em estado depressivo por comparação à vida feliz de quem posta felicidade. 

E o homem dromedário, sem ao menos notar, passou para um outro patamar psicosentimental: o das relações rasas. Nenhuma conversa mais parece evoluir se não tiver incluído no assunto memes, virais, entre outros tópicos que só a internet proporciona. Os vídeos curtos criaram uma ansiedade por nada, pois o homem dromedário não tolera mais filmes com mais de uma hora e meia, por mais que ele não tenha mais absolutamente nada para fazer depois disso (até tem, mexer mais um pouquinho no celular até pegar no sono). Aqueles da mesma espécie que ainda conseguem se comunicar falando de seus próprios sentimentos, desabafando sobre a solidão que vivem enquanto ainda habitam a parte mais rasa desse buraco, já são considerados seres estranhos, pois falar sobre vulnerabilidade é constrangedor demais. O homem dromedário não verbaliza vulnerabilidade porque ele é o ser imaculado no âmbito virtual, aquele que arranja brigas por causa da série de TV que ele não tem mais paciência para assistir (aliás, tudo parece ruim demais para prender a sua atenção), que ofende facilmente aquela arroba que ele nunca viu na vida, que se dá muita importância em uma rede social, mas 0 importância devida na sua vida real. Seria um second life, uma nova pandemia ou o novo normal?

Ah a pandemia! Essa que acreditamos cegamente que sairíamos melhores dela, mas a verdade é que criamos uma evolução mais rápida do homem dromedário. Que criou uma sociedade com preguiça de socializar, que se tornou mais inacessível que uma celebridade no auge da carreira. Relações marcadas pelo “vamos marcar de marcar” que nunca marca, que banalizou o “como você está?” sem querer saber mesmo a resposta. A briga de trânsito. As festas barulhentas até tarde da noite. A necessidade de alimentar o “olhar para si” até semear um egoísmo e orgulho exacerbado. 

O homem dromedário evoluiu no tempo na mesma medida que ele também parou nele. Ele está por dentro de tudo o que acontece no mundo, mas se fecha para o que acontece dentro da cabeça do próprio filho, esposa ou amigo. Ele age como um futurista, mas sente como um primata. E assim, passamos por mais uma etapa do homo sapiens, mas caminhando para qual lado? 

Talvez para baixo. Como o calombo que nasceu no início de sua coluna indica.

25 de jul. de 2024

 


Diante de tantas mulheres que me trouxeram inspiração na vida, não podia deixar de mencionar, com honrarias, aquela que mais me encheu de ensinamentos na vida: a minha mãe. Mas todas as pessoas já estão até cansadas de saber que além de mãe, essa mulher, meu marco 0, também é a minha mais estimada e melhor amiga. 

Antes de todas as 7, o meu marco 0 já me presenteou com a sua amizade quando eu ainda estava em seu ventre. Ela me carregou pacientemente por 9 meses. Eu já cheguei chorando e ela me amou desde então, mesmo eu tendo-a deixado em coma por algumas horas durante o parto, uma cesárea meio complicada. E mesmo colocando a sua vida em risco, ela ainda sim me amou desde o meu primeiro respiro.

O meu marco 0 sempre me tratou como a sua boneca predileta: ela me vestia de conjuntinhos fofos, penteava meu longo cabelo e produzia as mais apertadas marias chiquinhas que me deixavam parecida com uma descendente asiática (já que tudo repuxava, inclusive meus olhos). Em uma família onde os homens eram a maioria, éramos eu e ela as únicas mulheres.

O tempo foi passando, a nossa família foi se reconfigurando, meus irmãos casando, e ficou eu e ela fazendo companhia uma para outra, cada uma em seu mundinho. Meu pai era sempre ausente, eu era a adolescente que encontrava refúgio no quarto, e minha mãe era aquela mulher que mergulhava em seus projetos artesanais e assistia todos os filmes possíveis que vocês podem imaginar (aliás, puxei isso dela). Naquela época na qual eu não entendia nada, e era uma típica adolescente que só faltava comer terra, passei a enxergar a imagem de uma mulher misteriosa, silenciosa, que diante dos meus olhos parecia guardar uma bagagem de sentimentos não ditos e milhares de sonhos não vividos.

Quando perdi a virgindade, não hesitei em procurar da minha marco 0 para contar a novidade. Ela me acolheu com amor, marcou um ginecologista e me levou com carinho à minha primeira consulta. Eu não era mais tãaaao nova assim, já tinha completado a maioridade, mas tê-la comigo fez com que eu não me sentisse só -  foi exatamente ali que eu soube que ela era a minha maior, melhor e mais fiel amiga. 

Eu nunca escondi nada de minha marco 0. Nunca me preocupei se ela ficaria brava comigo diante de algo que eu tenha feito ou dito, muito pelo contrário - sempre soube que se era algo errado, ela iria me mostrar da maneira mais madura e clara possível, sem me magoar, sem me constranger. Ela nunca teve a necessidade de exercer algum tipo de poder sobre mim, nem quando eu merecia, nem quando por algum momento eu fui egoísta a ponto de não enxergá-la como um ser humano. Porque quando somos mais novos temos essa péssima mania de acreditar que nossos pais são imbatíveis, que eles são a fortaleza que jamais seremos. A verdade é que eles também sentem, muitas vezes mais que a gente, mas foram adestrados a não demonstrarem fraqueza para suas crias, para que assim o mundo não pareça aos nossos olhos um lugar tão difícil de sobreviver.

Só que comigo o efeito foi um pouco diferente. Demorou muito para que eu pudesse ver as fragilidades dela, mas eu sempre tive em mente que por mais que o mundo fosse um lugar meio sombrio e difícil de sobreviver, se ela estivesse ao meu lado, tudo seria possível. E assim foi: enfrentei tantas nebulosidades na vida, e com muita generosidade e carinho ela segurou a minha mão, me puxou para cima, segurou em meu rosto e disse: "tenta de novo, eu confio em você. É difícil mesmo, mas você consegue."


Meu marco 0, pra mim, sempre foi sinônimo de alegria.  Ela tem a gargalhada mais contagiante de todos os tempos. Ela esbanja tanto bom humor que todas as minhas amigas sentem isso sem nem ter a conhecido pessoalmente. Quando ela está perto dos irmãos então... aí que isso se quadriplica. Eu amo ver quando eles estão reunidos, porque me mostra de onde saiu tudo isso, todo esse encantamento da minha marco 0, toda essa inspiração de união e cumplicidade. Ela não teve a melhor das infâncias, mas ela conheceu a amizade dentro da própria casa, na sua extensa família. Eles sempre foram imbatíveis juntos, cuidaram uns dos outros a vida inteira, se amam profundamente e gratuitamente, e mesmo que não demonstrem com palavras, demonstram com sinceridade em cada gesto de convivência.



Eu sinto tanto orgulho quando me dizem que eu sou a cara dela, porque ela é tão linda, tão cheia de vida, que mesmo eu travando uma batalha árdua contra a depressão desde os meus 15 anos de idade, ela é a minha principal fonte de energia e vontade de viver. Eu nunca pensei em desistir de absolutamente nada, de nenhum desafio, porque sempre lembro dela acreditando em mim. Sempre lembro dos dias em que fizemos companhia uma para a outra, as vezes até em silêncio, (durante a minha juventude até os dias de hoje), assistindo um filme, quebrando o silêncio com comentários ácidos sobre alguma cena, ou fazendo comparativos esdrúxulos de qualquer coisa. Sempre me recordo de todas as vezes que ela sacudiu a poeira e se reergueu diante de todas as coisas que a empurraram para um buraco no qual ela nunca se permitiu ficar 1 segundo sequer na vida. Sempre lembro do quanto ela é grata, do quanto as coisas mais simples são suficientes para deixá-la feliz. É nisso que me inspiro todos os dias.



Eu deixo aqui nesta foto para vocês o sorriso mais lindo, generoso e sincero que já vi na minha vida. Da mulher mais extraordinária que conheço. Da fortaleza mais inspiradora, mesmo sentindo tantas e tantas coisas, que por muito tempo para mim foram um mistério, mas que ela me confidenciou a partir do momento em que eu estava apta para entender. Essa mulher é meu marco 0, meu alicerce, minha fonte de inspiração. A melhor amiga que uma pessoa pode ter na vida. A que me ama incondicionalmente como eu a amo.

O meu marco 0 se chama Jussara. A minha mãe. A melhor.

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Este é o marco 0 da saga "as mulheres da minha vida". Os outros capítulos são:

1. Tudo termina em bosta

2. Dá uma piscadinha para a câmera?

3. Eu tinha um bicho de pé que já era avô

4. Ô Tatá, olha o Chico tomando o meu leite!

5. De viadagem a gente entende

6. Tá nervosa? Arranca as calças e pisa em cima

7. No body, no crime

21 de fev. de 2024



Mesmo que não seja muito comum aqui no Brasil, acredito que muitas pessoas saibam o que é um floco de neve. Algo levinho, aparentemente frágil, mas feito por inúmeras moléculas capazes de formar uma estrutura resistente (acredito que ela vai gostar desta analogia, já que ela nutre uma predileção pelo frio. Gosto duvidoso? Sim, mas gosto é gosto).

Não se enganem com a aparência da filha perfeita de uma família quatrocentona de São Paulo. Ela está longe de ser perfeita, e nem quer ser. Aliás, este gosto sim compartilhamos, de não aturar pessoas que são muito boazinhas e não entendem a realidade da vida.

Este texto está meio confuso. Vamos começar do começo, portanto.

Nos conhecemos na faculdade. Estudávamos em Campus diferentes, mas nossa liderança nata chamou a atenção dos professores que nos juntaram para um projeto grande. Enquanto ela era firme e gentil, eu fazia a doida e molenga.
Ainda assim, demos muito certo.

Aprendemos muito juntas. Erramos também. Mas ela sempre esteve do meu lado nos piores momentos. Era minha primeira crise de depressão, e ela brigava duramente com minha impostora, pois eu já não tinha mais forças. Ela me ensinou que sim, as pessoas machucam, mas as pessoas valem a pena e não são descartáveis. E eu não preciso me fechar em uma ilha deserta (essa parte ela vai gostar também, porque remete ao filme Náufrago, já que ela ama o Tom Hanks).


Mas se você quiser ter a amizade dela, este é um checklist do que a deixa feliz:

  • Romances dramáticos
  • Sorvete da Bacio di Latte (já discutimos uma vez por isso) 
  • Fórmula 1 / Lewis Hamilton)
  • Croissant que o consagrado leva para ela no final do dia 
  • Box do banheiro sem manchas
  • Frio (affff)

A Sheila é um tipo de ser humano com um faro muito aguçado, desde sempre. Foram incontáveis vezes que ela falou “isso não vai dar bom”, e realmente não deu. Mas ao mesmo tempo, desde que nos conhecemos lá no tempo do guaraná com rolha, todas as vezes que estive na escuridão, ela estava ali me dando a mão: no meu primeiro relacionamento tóxico depois de adulta; na minha primeira depressão; e em mais dois momentos marcantes na minha vida. Agora com 40 anos nas costas, e depois de ter quebrado a cara com muita gente sem caráter, a admiro ainda mais. Porque mesmo eu sendo estranha, esquisita e estando na pior, ela tá lá. Na alegria e na chatice.

A Sheila não é a pessoa que vai pela levada, que vai babar ovo de alguém só porque todo mundo gosta, ou se afastar de pessoas só porque todo mundo acha esquisito, muito pelo contrário. Sem querer ser good vibes batendo palmas para o sol, mas ela é muito sensível a energia das pessoas. E é reconfortante saber que sou uma das que tem a honra de ser do bloquinho das estranhas da Sheila. Se ela acredita em mim, tenho certeza de que venci na vida.

9 de fev. de 2024

 


Recentemente, aprendi na terapia a diferença entre solidão e solitude. Solidão é aquele sentimento que pode morar na gente mesmo no meio de uma multidão. Já a solitude é aquela sensação de prazer ao curtir a sua própria companhia, sem incômodo. E foi curtindo a minha solitude que fui ao cinema na minha própria cia assistir Pobres Criaturas (que coincidentemente, da última vez que fui ao cinema sozinha foi para assistir também um outro filme de Emma Stone). 

Já faz um tempo que descobri o quão prazeiroso é fazer este tipo de programação. E honestamente, preciso repetir mais vezes. Para mim, o cinema sempre foi uma imersão na cabeça de quem criou aquela história, assim como os livros, e curtir esta experiência sozinha aumenta ainda mais as químicas do meu cérebro. Também não sei se esta sensação tenha sido causada pelo próprio filme - talvez seja um pouquinho dos dois.

E posso dizer que a total imersão assistindo Pobres Criaturas foi uma viagem fantástica, conduzida por um roteiro incrivelmente perspicaz, cores (e por um certo tempo, a ausência delas) em tons pastel para seduzir a sua atenção, e me arrisco a dizer que é também para te deixar confortável em meio as bizarrices que acontecerão ao longo da trama. Há um certo charme nos efeitos visuais, que caminham lado a lado com a trilha sonora na tentativa de te causar estranheza em meio ao conforto das cores, e assim você passa achar excentricamente fofo um buldogue com corpo de pato e um pato com corpo de cachorro passar na sua tela. 


O trailer não te oferecer uma sinopse é um convite para a surpresa. Isso torna a experiência ainda mais gostosa, porque faz parte você acompanhar a evolução de Bella Bexter, a personagem interpretada (maravilhosamente bem) por Emma Stone, sem nenhuma expectativa. E trazer essa evolução para tela de forma lúdica é um prato cheio para esta imersão, porque transforma a história de um Frankestein em um conto de fadas empático. Aqui nos deparamos com uma criatura desprovida de hipocrisia, 100% literal, que não perde sua pureza nem diante dos prazeres, e que inconscientemente passa o filme todo fugindo de diversos tipos de castrações (figurativas ou literais), seja por seu comportamento "esquisito", seja por sua personalidade questionadora ou por machismo mesmo.

E enquanto estava eu ali sentada, curtindo o filme e minha solitude, reparei que Bella Bexter também conduz a história passeando pela solitude e solidão. Ela se rebela quando se sente sozinha em uma casa imensa, quando percebe que o mundo lá fora oferece muito além dos portões de sua casa, que é mais divertido desbravá-lo do que quebrar pratos durante o jantar. E ao explorá-lo, ela se apaixona por sua solitude, enquanto conhece pessoas sem se aprofundar em relacionamentos, enquanto estuda as reações humanas (muito diferentes das suas) de longe. Quando se depara pela primeira vez com a escassez e pobreza. Tudo isso faz parte da evolução dela, até chegar ao seu ápice, no fim do filme.



A estranheza dos personagens e do próprio espectador também surge ao conhecer os conflitos de Bella, mas que só se parecem com conflitos porque acreditamos fielmente que alguém desprovido de moralidade não seja capaz de sentir nada. Ao mesmo tempo que ela se sente grata por alguém que salvou a sua vida, também sente raiva por quem a aprisionou. O personagem Duncan Wedderburn (Mark Ruffalo) não se conforma ao ver uma mulher sem apego emocional nenhum à ele, mesmo que ela demonstre total devoção à sua figura na cama. Mas está aí uma protagonista totalmente desembrulhada de todas as camadas finas de percepções que nós mesmos criamos na nossa cabeça sem ninguém ter pedido nada.

Quanto à ambientação totalmente desprendida de uma época, para mim foi um deboche maravilhoso da nossa cara. Seja no passado das mangas bufantes e arquitetura vitoriana, ou no presente/futuro dos carros voadores, nós evoluímos muito pouco moralmente, e isso com certeza é um prelúdio das próximas eras. Diferente de Bella, que evoluiu em duas horas de filme, provavelmente ainda estamos longe de enxergar o mundo como ele é verdadeiramente, desprendidos de nossas vaidades e egoísmo.

Esta resenha está disponível também de maneira bem reduzida em vídeo aqui e aqui.

5 de fev. de 2024

 


De uns tempos para cá, não sei se é pela idade ou pela minha realidade de hoje, ou um pouco dos dois, tenho refletido muito sobre sentimentos e sensações. Passei muito tempo não me enxergando como a pessoa ansiosa que era, e só depois de sentir inúmeras crises me tirando do prumo que a minha ficha caiu e passei a olhar mais para dentro de mim, principalmente sobre isso. 

E com isso veio uma série de lições de casa, readaptações, reestruturações e curas emocionais necessárias para entender que tudo que me sabotava na verdade era fruto da minha cabeça: por que eu sou uma pessoa ansiosa?

Por que estou desesperada achando que não vai dar tempo de fazer tudo o que preciso?

Por que eu tenho uma enorme dificuldade de entender que existem prioridades e outras coisas que podem esperar?

Por que estou com dificuldades de dormir se não posso resolver este problema de madrugada?

É muito difícil o ansioso se dar conta de todas essas questões, porque para ele, tudo é prioritário. Tudo é emergencial. Tudo é para hoje. Mas na medida que corremos contra o tempo para dar conta de coisas que podem muito bem serem planejadas e subdivididas entre os dias, achamos que nos livraremos logo da responsabilidade e ficaremos mais sossegados. Mas é claro que isso não acontece: encontramos outras coisas para nos ocupar logo em seguida.

Depois de encontrar a abordagem psicológica ideal para minha terapia, aprendi que a melhor arma para um ansioso evitar a autosabotagem é uma só: pensar no hoje.

O que posso fazer hoje?

O que dá para resolver agora?

O que depende só de mim e o que depende também de outra pessoa?

As vezes, na corrida contra o tempo, a gente deixa de fazer essas simples perguntas que são FUNDAMENTAIS para que encontremos o nosso equilíbrio. Para que seja possível enxergar com mais clareza as coisas que estão acontecendo. É por isso que terapia é bom para todo mundo, no fim das contas. 

Quando comecei a me concentrar mais no hoje, ficou mais claro que a gente passa grande parte do tempo lamentando o passado, ansiando pelo futuro e sequer aproveitando o que está acontecendo no presente. Quantas vezes deixamos de olhar em volta, perceber tudo o que já conquistamos, porque aparentemente temos ainda muito o que conquistar? Ontem ansiamos tanto por esta conquista de agora, por que não a aproveitamos melhor? Isso gera uma sensação de eterna insatisfação, de que nunca nada está bom, que nada nos sacia. 

Claro que ainda tenho muito o que aprender sobre olhar para o hoje - sou uma mera iniciante nesta incrível jornada de autoconhecimento e recálculo de rota - mas só de ter dado o primeiro passo, parece que abriu uma porta de um novo mundo para mim. Tenho conseguido me concentrar mais no trabalho, me cobrando menos, desligando mais a cabeça na hora de dormir, pensando em coisas boas quando a negatividade tenta me dominar, e acima de tudo, aprendi a SELECIONAR melhor ao que vou dedicar minha energia e como vou dedicar a minha energia.

A começar pelas partes mais simples: o que não muda em nada na minha vida, não vai me aborrecer. A escolha do outro em relação à sua própria vida não me compete. Se eu não estou de acordo, é só eu não aplicar na minha vida e ponto. Isso também vale para o que os outros vão pensar de mim - se não vai me fazer mal, se não vai atrapalhar a minha vida, nem tão pouco me acrescentar absolutamente nada de bom, o que a outra pessoa pensa a meu respeito também não me compete.

O segundo ponto: a famosa lista de tarefas. É fundamental, ao criá-la, saber exatamente o que é prioridade, o que depende só de mim, e o que depende dos outros. Eu vou fazer exatamente tudo com muito capricho durante o dia, seja com o trabalho, seja com meu autocuidado (e isso inclui academia, ler um livro, cuidar da minha pele, me alimentar e dormir bem e me distrair), seja com minhas obrigações como um ser humano adulto. Tudo dentro do dia listado com graus de prioridade. O que for prioritário será feito de imediato, se não sobrar tempo, o que não é prioridade hoje, se tornará a prioridade de amanhã e tá tudo certo.

Hora de começar e de parar: isso é fundamental para que eu não tenha aquela sensação de que minha vida é movida somente por responsabilidades. O meu tempo na academia será a hora que vou esquecer da vida lá fora, e também meus momentos de lazer, distração e descanso. Mas a hora que eu tenho que cumprir meu trabalho, minhas tarefas e todas as minhas responsabilidades, não é hora de dormir e nem de outra coisa que tire minha concentração necessária.

E por último, mas não menos importante, e a tarefa que mais tenho dificuldade, mas que jamais se tornará impossível: pensar em problema em tempos selecionados. Não posso mais ferver meu cérebro durante a madrugada, ao invés de dormir. Não posso deixar de curtir um fim de semana dentro das minhas possibilidades pra ficar remoendo o que não está ao meu alcance no momento. Não vou mais sabotar meus bons momentos por algo que tem dia e hora para pensar a respeito. 

É uma longa jornada, mas que se tornou meu objetivo de vida.

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