7. No body, no crime

 


Eu não sei especificar precisamente quando isso aconteceu, mas o dia que a personagem 7 entrou na minha vida por completo, ela me ensinou o verdadeiro significado de parceria.

Eu vejo a 7 como um personagem singular, porque ela consegue ser todas as coisas ao mesmo tempo: ela é uma fortaleza com pitadas de fragilidade, ela é o cão quando está nervosa, mas basta um carinho que você a desmonta por completo. Ela é revoltada na mesma medida que é carinhosa. Ela é uma ambiguidade deliciosa de conhecer, e impossível de descrever em poucas palavras. É como um presente muito bem embrulhado, que a gente vai desatando o laço sem pressa, porque a sensação de abri-lo também faz parte da experiência.

Nossa aproximação veio com o acaso, depois de alguns anos de contato via internet. A tecnologia pode ser usada de formas boas ou ruins, mas neste caso, ela foi perfeita. E diante de tantas coisas em comum, que fez com que estreitássemos um laço, também temos diferenças de personalidade que se tornaram o encaixe perfeito para esta amizade regada a amor.

Diante de todas as minhas experiências de amizade, posso dizer que com a 7 as coisas estão apenas começando. E olha que faz uns anos que a gente já se conhece. Mas é porque a gente tem uma vida toda para viver juntas – porque temos planos vivíssimos para isso, e ainda temos muitas pautas sobre as nossas vidas a serem debatidas. Mas confesso que não tenho pressa alguma para zerar tais pautas, porque sinto que a longevidade da nossa história ainda renderá muitos e muitos frutos.

A 7 não é uma pessoa que tem papas na língua – e isso faz dela alguém extremamente transparente. Ela tem o ritmo dela, a rotina dela, o jeitinho dela, e isso me deu o privilégio de se sentir normal, porque eu sempre notei que era meio julgada pelo meu próprio ritmo. A 7 fez eu perceber que tá tudo bem não corresponder ao ritmo das outras pessoas, porque faz parte da nossa pessoalidade, e quem não respeita isso, não merece muito da nossa energia. 

E claro que dentro de todas essas vertentes está uma das qualidades que mais amo na 7: ela faz com que a gente se sinta em casa. O abraço dela é um acalento, suas palavras são sempre um acolhimento. A 7 é aquela irmã mais velha que te defende na porta da escola, um porto seguro, com quem quero sempre manter as melhores conversas sobre amenidades e outras coisas. 

Besta é aquele que não aproveitou o fruto da amizade que a 7 semeia em nossa vida.


Eu sou muito privilegiada por ter conquistado não só a amizade, como a confiança desta mulher que escolhe a dedo com quem ela vai dividir a sua vida. E ela diz que detesta pessoas, mas a real é que ela sabe lidar melhor com as pessoas do que eu. E por mais que ela tenha essa casca protetora em sua volta, as vezes percebo que ela tem muito mais fé nas pessoas do que eu já tive em toda a minha vida – e isso é muito bonito de assistir, porque quando perdi minha fé na humanidade, foi quando eu percebi que a minha caminhada talvez seria um pouco mais na penumbra. Mas aí a 7 apareceu e acendeu uma lamparina, pegou na minha mão e me mostrou o caminho menos ardido para alcançar onde havia mais luz.

Tá, já sei como resumir a 7 em poucas palavras: ela é uma verdadeira biblioteca. Não só por gostar de livros e ter milhares deles, mas também porque ela pode representar diferentes personagens maravilhosas que conhecemos nas obras literárias. Muitas vezes ela se transforma em uma heroína astuta e forte – outras vezes ela é aquela comparsa que a protagonista precisa para enxergar seus próprios passos. Mas a que eu gosto mais é quando a vejo como a autora de sua própria história. E que história linda!

O nome da 7 é Juliana E. Aquela pessoa que acobertará um crime meu, se preciso.

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