Sem ar, de Jennifer Niven

 


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Sinopse da editora:


Passar o verão numa ilha remota não era o plano de Claudine Henry. Ela deveria estar viajando de carro com sua melhor amiga, aproveitando cada minuto antes de ir para a faculdade. Mas depois que seus pais anunciam o divórcio, o mundo dela vira de cabeça para baixo ― e Claude vai parar nesse destino improvável, acompanhando a mãe que tenta se reconstruir depois da separação. 
Ali, a garota não tem internet, sinal de celular ou amigos. Até que conhece Jeremiah. Com o espírito livre e um passado misterioso, a química entre os dois é imediata e irresistível. Enquanto vivem aventuras pelas praias, dunas e florestas, Claude e Miah tentam não se apaixonar ― afinal, esse relacionamento tem os dias contados. Mas talvez viver esse romance seja exatamente do que Claude precisa para começar a escrever sua própria história.

"Escrevo até meus olhos ficarem pesados, e apago a mensagem e a luz e fico deitada no escuro, afundando na cama sob o peso do meu peito, que não está mais oco, mas cheio de... alguma coisa. Uma saudade de casa. Uma sensação de não ser amada. De estar sozinha no mundo. No planeta. No universo. E que todo mundo tem alguém, mas eu só tenho a mim mesma. E à noite todos entram e trancam as portas e ascendem as luzes e fecham as cortinas, mas eu ainda vejo as luzes brilhando lá dentro. E estou do lado de fora, no escuro. sozinha."

Foi neste trecho do livro que vi muito de mim em diferentes momentos da minha vida, o que fez me apegar a cada página de Sem ar, um romance com pitadas de pessoalidade da mesma autora de Por lugares incríveis. Por mais que eu não seja o público alvo deste lançamento, pude ver muito da Sheila menina, e exatamente neste trecho, um pedaço enorme da Sheila adulta que hoje enxerga muitas coisas que já foram jogadas para baixo do tapete.

Outro trecho que me pegou muito foi este aqui:

"Mas preciso parar porque não conheço essa pessoa e ele não me conhece, e as pessoas não gostam que a gente chore ou fale de coisas que são difíceis ou incomodam. Elas gostam que a gente sorria e diga que está tudo bem, e é por isso que junto todos os pedaços de mim e colo de volta o suficiente para poder, sentada ali, soluçando e tremendo, dizer: "eu estou bem. Sou uma idiota".

Quem nunca, né?

Acredito que nem toda história precisa ter tudo amarradinho, com desfechos mirabolantes e finais de arrancar suspiros, principalmente se ele é munido de tanta pessoalidade para autora, e Sem ar é justamente este tipo de obra. Logo nas primeiras páginas, Jennifer Niven canta a bola do peso que esta história tem para a sua vida pessoal, e assim se segue uma narrativa cheia de pequenas partículas de sua vivência. 

Claude é uma menina comum, que muitas vezes trouxe para mim, como leitora, um saudosismo gostoso do que foi a minha própria juventude. Conhecer algo novo, viver novas experiências, buscar por renovação pessoal diante de algo impactante, e principalmente, a expectativa de se apaixonar e se entregar pela primeira são só alguns exemplos, que fazem valer a pena a ausência de qualquer tipo de desfecho que talvez você espere para os personagens. 
Porque a vida é isso mesmo: nem tudo tem um desfecho que esperamos. As vezes há pontas que jamais serão amarradas.

"Viver é a coisa mais rara do mundo. A maioria das pessoas apenas existe".

Acredito que nem todo mundo vá gostar deste livro, porque as vezes o leitor coloca uma expectativa em uma história, que procura um final feliz, que procura respostas para todas as perguntas, e esta obra não oferece nada disso. Pode ser também que quem não tenha vivido a mesma experiência que a da protagonista vai encontrar um milhão de defeitos nela, principalmente em seu comportamento em relação a separação dos pais, mas a vida é assim mesmo: as pessoas sentem de formas diferentes, tem visões da vida de maneira diferente, e tá tudo bem.

"Agora, feche o livro.
Mas primeiro - lembre-se de de abrir à possibilidade, ao quase e ao talvez.
Use sua voz.
Se abra para os outros.
Escolha seu futuro. Escolha seu corpo. Escolha a si mesmo.

E vá para o mundo e escreva a sua vida."

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