Gita pt 1: A promessa



10 de outubro, 2008 – Estação rodoviária Tietê São Paulo, destino: Rio de Janeiro. Verdadeiro destino: Cumprir uma promessa de amor platônico, jurado pelo tempo há quinze anos. Mas antes de entrar naquele ônibus, suspirei todas as crenças e aspirei todos os credos para não desistir do último fôlego por tentar viver um amor.
Só Deus e eu, sabíamos do paradeiro daquela viagem, porque a outra cara metade da promessa, nunca me dera garantia nos últimos quinze anos, de que estaria a minha espera. A grande exceção pela louca presença dele no lugar combinado, só seria plausível se a realidade tivesse feito de sua vida amorosa um retalho de erros, e não porque simplesmente nosso sentimento platônico fez de uma frase cheia de palavras amorosas, um pacto com a vida além dos nossos princípios e responsabilidades...
Durante cinco horas de viagem, me lembrei atentamente do último encontro, na avenida principal da cidade – da qual nos conhecemos – e que por dias acreditamos existir entre nossas almas um elo. Prometemos que incondicionalmente haveria o reencontro, e para não nos esquecer, selamos aquele momento com uma carta, e dois apelidos. Testemunharam nosso juramento o Sol e Lua, nossos relógios a espreita da lembrança, pela contagem regressiva...
Copacabana Palace, praia de Ipanema – Cidade Maravilhosa, Oito horas da noite. Acabei de chegar e ele não. Se ele não viesse, mais uma vez meu juízo se decepcionaria com escolhas, e pela única vez que prometi algo na vida, iria me arrepender também. Algumas horas se passaram e na minha mente, nada além do silêncio que o tempo precisa para passar em branco. E diante das dez horas, ri para o nada, pensando na minha tolice e demência.
Coloquei a mochila nos ombros e junto, o fardo por tanta inocência sem lógica. De novo suspirei, e desta vez para aspirar a descrença dos fatos. Óbvio que quinze anos seria um número esquecido pela bobagem do passado. Mas naquele instante, era a minha senha para a felicidade...
Então fui embora. Mais uma vez na rodoviária, a espera de um ônibus com o destino mais cretino de todos: voltar atrás.
De repente um cumprimento,
_Oi Lua
De repente meu susto...
_ Oi Sol

( C O N T I N U A . . . )

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