“O extraordinário se esconde no ordinário”
Quero começar esta resenha com essas aspas porque ela representa com maestria todas as histórias de Virginie Grimaldi. "As pequenas alegrias" era o último livro que faltava ler da autora, e não me canso de panfletar o trabalho dessa mulher a cada obra que termino. Nós somos presenteados com histórias tão aconchegantes, tão reais, escritas de uma maneira tão leve que dá vontade de morar em seus livros.
Diferente dos demais livros de Virginie, achei que "As pequenas alegrias" foi o único que fugiu um pouco das configurações habituais de histórias dela, mas não posso elaborar muito sobre isso para não dar spoiler. Mas enquanto nos outros esperamos por pequenas surpresas aqui e ali até o desfecho do livro, neste temos uma pequena surpresa contada de uma forma um pouco diferente, mas que não deixa de surpreender e aquecer o coração mais peludo que seja.
“A maternidade restabeleceu em mim o que a infância havia perdido.”
Lili e Élise são responsáveis em trazer a nossa leitura essa atmosfera maternal que marca presença a cada capítulo. De um lado, uma mãe de primeira viagem, mãe de um bebê prematuro, que está conhecendo um lado da vida que ela jamais visitara. E em meio a sua bagagem de vida, a um luto ainda não superado e ter que lidar com sogros intrometidos e despeitosos, ela encontra na luta pela sobrevivência da filha uma inspiração e força que ela até então desconhecia.
Já do outro lado temos uma mãe prestes a completar 50 anos, que vive seus primeiros dias de solidão após seu filho mais novo sair de casa para estudar na capital. A adaptação a sua nova vida, cheia de liberdade a qual ela nem almejava tanto assim, a faz refletir sobre como sua vida foi condicionada a ser mãe integralmente, sem nem perceber. Para ela, era como reaprender a andar sem onde se apoiar, mas nessa caminhada ela encontrou uma forma de doar este amor que a transbordava a quem precisava: ser voluntária no hospital onde a filha de Lili nasceu.
E a nossa experiência de histórias intercaladas a cada capítulo dessas mães nos apresenta a versões da maternidade que podem ser fases, podem ser sentimentos, podem ser bagagens, podem ser ensinamentos e podem ser o fortalecimento de laços eternos, que emocionam até mesmo quem não sonha com a maternidade como eu.
Obrigada, Virginie.
Compre "As pequenas alegrias" na Amazon clicando aqui.
Outras obras da autora que resenhei:
Postar um comentário