Teatro Amazonas | Largo São Sebastião

Logo que nos mudamos para Manaus, em fevereiro deste ano, fomos conhecer o tão famoso Teatro Amazonas. Se você der uma Googlada aí, vai descobrir que este teatro já recebeu um incrível show da banda White Stripes e as Spices Girls, quando todo mundo aqui ficava imitando-as em frente ao espelho há um tempo não tão distante. Mas isso é um outro assunto, vamos voltar ao foco.

Pois bem... estávamos hospedados inicialmente em um hotel muito próximo, e aproveitamos o feriado de carnaval para dar um pulinho até lá. O teatro fica localizado no Largo São Sebastião, uma região bem histórica da cidade, no centro de Manaus.

O Monumento de Abertura dos Portos, localizado bem no meio do Largo e rodeado por árvores, foi erguido em homenagem à abertura dos portos do Brasil para o comércio com outros países além de Portugal. Foi construído em mármore e possui no topo um figura feminina, que representa a Amazônia, sendo cortejada por Hermes, deus grego do comércio. Na base, quatro caravanas apontam em direções opostas, levando cada uma o nome de um continente. Já o chão da Praça ao redor do monumento possui linhas ondulares em preto e branco que remetem ao Encontro das Águas. O mesmo padrão é exibido no calçadão da praia de Copacabana no Rio de Janeiro, mas o de Manaus foi construído alguns anos antes, segundo dados históricos.


Em 2005, o governo decidiu fechar parcialmente algumas ruas nos arredores do Teatro Amazonas, restringindo o tráfego somente aos pedestres. Com isso, a prefeitura investiu na reforma dos casarões históricos entorno da praça e instalou diversos bares e pequenos museus. 

A Santa Casa fica atrás do teatro e está aparentemente abandonada. Um clique para um belo cenário de filme de suspense.
A Igreja de São Sebastião é a responsável pelo nome do largo. Foi construída de pedras em estilo medieval e possui uma iluminação noturna e pinturas em seu teto interior. Um fato curioso contado pelos moradores é a existência de apenas uma única torre construída, sendo que o desenho da Igreja indica a intenção de se levantar uma segunda torre também. Há várias lendas para explicar essa não construção (como aquela que diz que a segunda torre estava sendo transportada em um navio vindo da Europa, mas naufragou durante o percurso), mas aparentemente a verdadeira razão é que, naquela época, as igrejas pagavam impostos em função do seu tamanho, incluindo o número de torres. Assim, os frades nunca concluíram a construção da segunda torre para evitar despesas adicionais.


O teatro Amazonas foi inaugurado em 1896, e representa a era da riqueza da região durante o Ciclo da Borracha. A orquestra Amazonas Filarmônica regularmente ensaia e se apresenta por lá. Sua história começou mesmo em 1881, quando o deputado A.J. Fernandes Junior apresentou um projeto para a construção do local. Manaus, que vivia o auge por conta do tão falado ciclo da borracha, era uma das mais prósperas cidades do mundo, devido aos lucros que o látex e a seringueira oferecia à cidade. O produto era altamente valorizado pelas indústrias europeias e americanas, então já viu, né? Logo, Manaus precisava de um lugar que pudesse reunir os cheios da grana daqui e também os gringos, além de receber as companhias de espetáculos estrangeiras.







Mas a galera da época era tão lerda pra construir o teatro que somente quando o governador Eduardo Ribeiro, um cara que foi muito fodão pra cidade (mais pra frente farei um post só dele, porque ele merece, viu?), assumiu o poder em 1890 que a coisa começou a andar. Finalmente em 31 de dezembro de 1896 o Teatro Amazonas abriu suas portas pela primeira vez ao público.



A sala de espetáculos do teatro tem capacidade para 701 pessoas, distribuídas entre a plateia e os três andares de camarotes. No Salão Nobre, com características barrocas, há uma pintura do teto, denominada "A Glorificação das Bellas Artes na Amazônia", de 1899, de autoria de Domenico de Angelis. Em cada coluna do pavimento térreo há máscaras em homenagem a dramaturgos e compositores clássicos famosos, tais como Ésquilo, AristófanesMoliére, Rossini, Mozart, Verdi e muitos outros. Sobre o teto abobadado estão afixadas quatro telas pintadas em Paris pela Casa Carpezot - a mais tradicional da época -, em que são retratadas alegorias à música, à dança, à tragédia e uma homenagem ao grande compositor brasileiro Carlos Gomes. Do centro, há um lustre dourado com cristais, importado de Veneza, que desce até ao nível das cadeiras para a realização de sua manutenção e limpeza.

camarote presidencial

Salão Nobre e sua pintura que representa o Encontro das Águas


Sacada onde Jack White tocou para a multidão que não conseguiu entrar para o show do White Stripes

Figuras importantes da história são representados por estátuas em toda estrutura do teatro

O chão do teatro também representa o encontro do Rio Negro com o Rio Solimões
O que me entristeceu nessa visita é saber que o brasileiro não respeita nem a sua história: diversas peças da estrutura ou da decoração tiveram que ser repostas por réplicas ou outras peças de menor valor porque foram furtadas ou quebradas. Espelhos, lustres, cadeiras e até mesmo o papel de parede fazem parte dessa lista.

Pra quem gosta de mergulhar na história de qualquer lugar, a visita vale muito a pena. São 10 reais simbólicos cobrados do ingresso e a visita é monitorada por uma funcionária que conta toda a história do local. Há também visitas separadas para estrangeiros, em inglês. 


Teatro Amazonas
Largo São Sebastião - Centro de Manaus
Telefone: (92) 3232 1768
Horário de visitação guiada: De Ter. a Sáb. das 9h às 17h.


fontes: guia do Teatro, Wikipedia e Descobrindo o Amazonas

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