Gita: Violência Doméstica - A dor que Humilha

" Ajuda-me. Não sei se posso esperar por amanhã "





Sim, somos fãs em maldizer das periguetes. Mas quem é afã de bem dizer das mulheres que não podem literalmente se exibir, porque seu rosto está desfigurado, ou sua vergonha estampada por hematomas? Não é preciso nenhuma estatística para confirmar a realidade e o descaso da violência contra a mulher.

Mesmo que exista o apoio, a proteção, a remediação, ainda não há retaliação cultural. O homem comete  a retaliação física, insano de acreditar que a retaliação moral de sua mulher, é merecida. Quando ocorre e Porque ocorre, ainda são fatores impostos sob forma de julgamento, desde dó até a punição social. São frases do gênero - Talvez mereça apanhar - Que ainda alimenta a falta de consenso.

Pensando em expor o problema de forma mais comum do que se é capaz de imaginar, a Fundação B92 (fonte: youtube), lançou este comercial "uma foto por dia do ano" para alertar sobre essa agressão, que no Brasil por exemplo, mata 10 mulheres por dia. 





Eu sou testemunha, de que "isso" é comum. Não queira se colocar no lugar destas mulheres. Até mesmo o governo ao tentar fazer isto, estará sendo inofensivo para um inimigo invisível, que é a falta de abraçar a causa justamente.

Se você conhece alguém, que sofre, denuncie. Essa é a campanha e o pensamento geral da nação. A causa porém é mais intimista, deveria partir de falar sem medo, de agir sem coação diante do problema. E para quem está fraco: amparar, direcionar a saída, não dizer apenas, mas afirmar com efervescência, que há solução... Que existe outras possibilidades e dias melhores.

Fui violentada, por um marido e um namorado. E apesar de todos indagarem os motivos, a questão é: Como está a dignidade desta mulher agredida. Porque o carácter ainda está intacto. Não está quebrado, como quem não sabe disso, por vezes pensa. O fato é  que a vida começa a ficar em colapso, ela está com vergonha, está com tanto medo, que silencia.

Ajude uma mulher a sair ou não entrar, neste círculo vicioso de duas vítimas: A primeira, com certeza a mulher que se debate com o medo e apanha. A segunda, duvidosa mas fato: o homem que é criado por outros homens de culturas adversas à realidade, ou que mesmo esclarecido, é vítima da própria ignorância. Julgar é outro tipo de violência, já que cada caso tem sua razão destinada a se calar.  Não adianta achar o culpado, por isso o importante ainda é proteger a integridade mental, para que essa mulher não se deixe abater. Ou que esse homem deixe de ser primitivo em vários sentidos.

Com nada de orgulho, posso dizer que fui vítima da violência doméstica, e que consegui me levantar. Ergui a cabeça e não olhei para trás. Não escondi a vergonha de ter permitido de alguma forma isso, mas também não fiquei com vergonha de estender a mão para quem pudesse me ajudar. Francamente, a maior ajuda que puder ter, não foi da solidariedade. Fui amparada pelo sentimento de que posso sofrer agora, mas para sempre ter coragem de me defender.

Parece simples, mas não é. Para denunciar basta ver ou saber, mas para sair dessa, não basta querer. Tem que se achar no meio do desespero, e cavar sua própria salvação. A única garantia de nunca mais passar por isso também não existe, mas é compensada a cada instante que você luta. Para saber mais, leia Instituto Sou da Paz e colabore de alguma forma justa para todos nessa sociedade que ainda ensina seus homens a ditar a submissão e o poder sobre os fracos.



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