Soraia: Se conselho fosse bom... Trabalhando e cantando e seguindo a canção

Em “Branca de Neve e os sete anões”, história retratada em um dos desenhos animados mais clássicos da Disney, os anões animam seus dias de trabalho nas minas de diamante cantando alegremente suas canções. No entanto, essa classe privilegiada de trabalhadores alegres, sorridentes e cantantes está geralmente presente apenas em ambientes fictícios, como os próprios filmes/desenhos da Disney ou no seriado Glee. 

Nós, mortais, temos que ficar com a segunda opção, que é ir ao trabalho, sendo que o humor vai variando de acordo com o que encontramos no percurso (como trânsito, trem e metrô lentos e lotados, ônibus quebrados, pessoas sem educação etc.) Para curtir esse maravilhoso mundo dos adultos, que inclui ter responsabilidade e se sustentar financeiramente, temos que passar por um processo de aprendizagem e capacitação que transcende o ambiente escolar: o estágio. 

Seja no ensino profissionalizante ou no ensino superior, o estágio é uma boa forma de colocar em prática o que vemos em sala de aula e também de conhecer nuances da profissão que você desconhecia e ninguém lhe contava no ambiente acadêmico. 

A culpa é do estagiário  


Quem nunca ouviu esta frase? É uma das mais clássicas do mercado de trabalho e muitas vezes ela está embasada no simples fato de que o estágio foi banalizado e perdeu sua função acadêmica-profissional. Muitos jovens são submetidos a funções do tipo “faz tudo” e acabam não tendo a tutoria necessária para que possam aprender sua profissão. Assim, eles perdem precioso tempo de suas vidas e não conseguem enriquecer seus conhecimentos, replicando apenas o que veem e sem qualquer tipo de estimulo. 

Claro que isso não é uma regra. Empresas de grande porte costumam investir bastante em seus estagiários, sendo que em alguns lugares os melhores têm até o direito a serem trainees da instituição. Mas, no geral, falta orientação até para os próprios empregadores para que eles indiquem os caminhos e deem sugestões pertinentes aos estudantes. E, sem as instruções adequadas, como eles irão aprender? Como saberão o jeito indicado para fazer este ou aquele serviço? 

A partir daí é que vemos a máxima “a culpa é o estagiário” tomar forma. Uma vez que eles aprendem por tentativa e erro, esses deslizes é que irão compor seu conhecimento técnico, o que não é bom tanto para a empresa quanto para os alunos. Para sanar um pouco esse problema, o ideal é que os estudantes procurem por vagas em ambientes qualificados, como o mural de suas faculdades (normalmente, as instituições só divulgam vagas de empresas que tenham alguma parceria com a universidade, ou que tenham passado pela aprovação de alguma instância da instituição), sites de empregos ou ainda por meio de redes sociais digitais, como o LinkedIn (www.linkedin.com). Outro órgão indicado para adquirir uma boa oportunidade inicial no mercado de trabalho é o Centro de Integração Empresa-Escola (CIEE) (www.ciee.org.br). Com unidades espalhadas em várias regiões do Brasil, o CIEE também conta com um portal bem completo, no qual os estudantes podem encontrar informações interessantes sobre cursos e palestras, bem como sobre processos seletivos de estágio e para trainee. 

O ideal é que todos os discentes passem por diferentes estágios para que possam vivenciar os mais variados aspectos da profissão e vejam se escolheram o curso certo ou se querem seguir aquela carreira. Esta etapa é fundamental para que a ilusão seja quebrada e eles sintam como é o dia a dia daquilo que selecionaram no vestibulinho/vestibular. Afinal, se não experimentamos, como vamos saber o que queremos, certo?



Um comentário

  1. Sempre tive muito problema pra arranjar uma oportunidade na área que eu desejava. Sempre tive que aceitar oportunidades que não queria pela necessidade de trabalhar e ter experiência no currículo. O grande problema nisso está em adquirir experiência justamente na área na qual você não quer fazer carreira por paixão, e sim por falta de opção.

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