cap. 12 - Come on... Oh baby don't you wanna go!


Fui acordada com meu celular vibrando... estava na casa dele em um sono pra lá de merecido. Era Gita! Tinha acabado de chegar de viagem. Precisávamos conversar o quanto antes, já que senti na voz dela uma vibração não muito sugestiva...
Como ela tinha feito falta! Gita era uma espécie de 'braço' em mim - uma outra metade que não precisava de muito para compreender minhas confusas palavras embriagadas de incertezas. A gente se entende pela troca de olhares; confidentes desde pequenas. Estávamos empolgadas porque trabalhariamos em um mesmo evento juntas pela primeira vez.
Marcamos para aquela noite um encontro no barzinho que adorávamos, regato à blues, jazz e uns drinks deliciosos.
O dia passou apressado devido as tarefas que eu tanto adorava desenrolar. Gita como sempre estava linda na porta do bar - vaidosa ao extremo, mas a beleza naturalmente marcante.

Perdemos o fio da meada e a noção das horas. Ela desabafou comigo o conto de fadas com final infeliz que foi a sua viagem ao Rio, e como sempre, marcava pela esperança de tudo dar certo e toda história ter seu aprendizado e lado bom. Era disso que eu sentia falta por esses dias... de alguém que me lembrasse que nada é por acaso.

Minha confidente se impressionou com tamanha afinidade e sintonia que eu e o rapaz do sorriso bonito tínhamos. Aliás, ela acreditava fielmente que cenas hollywoodianas não existiam somente na dramaturgia para vender filmes. Mas, calejada como eu, pedia cautela pro meu coração não endurecer mais que a última pancada tomada.

Acredito que por essas e outras, Gita teve momentos nessa viagem de decepção e aprendizado, alivio, sintonia e dor em pouco espaço de tempo, numa radicalidade que até parecia uma bipolaridade. Mas isso não era um transtorno, era a forma de Gita lidar com verdadeiros obstáculos da vida. Por mais triste que seu coração estava, o sorriso no rosto foi SEMPRE o seu cartão de visita. Percebemos juntas o quanto os homens conseguem nos manter na condição insegura e a mercê deles...porque somos tolas e não fazemos o mesmo que eles. Provalvemente, essa forma prática, machista e covarde deles seria o melhor a fazer, já que a individualidade de cada um separa os casais mais bonitos de compartilharem tais sintonias, prazeres e amores...

Olhando pelo ponto que ela enxerga a vida, humanos são humanos, indiferente do sexo, crença e raça. Dando uma panoramica nesse ponto de vista, podemos compreender nitidamente que os sentimentos estão ligados à essa falta de fronteiras - por isso que não conseguimos lidar com tais desavenças, desgostos e problemas que nós mesmos criamos. O certo é o certo e ponto final! Mas quem sabe o que é o certo? Quem inventou o certo?

Hoje, uma pessoa não se entrega mais à outra por motivos banais as quais nós mesmos inventamos. A insegurança é uma delas...a principal delas! E estava nitido em mim o quanto eu estava insegura - e ele também! Para ela, a aparição do falecido ex não surtiria em nada se eu não deixasse, mas dependia só de mim manipular tal situação com categoria. Eu até me envergonhava em assumir o quanto eu sofria por antecipação, e acabo estragando tudo antes mesmo da história ter um desfecho. Eu poderia parecer imponente, decidida e totalmente resolvida, mas na verdade, como todo ser humano, também adotei diversas inseguranças e incertezas para minha vida...não profissional, mas do coração.

Por falar em profissional... tínhamos um evento pra trabalhar daqui uma semana! Longe da cidade grande, longe do caos, fugindo do que não podia ser deixado pra trás no momento, mas a culpa era do trabalho...do nosso destino certo que era o trabalho...


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