Três, de Valérie Perrin

 



Adrien, Étienne e Nina se conhecem na escola aos dez anos, em 1986, e rapidamente se tornam inseparáveis. Eles passam o dia juntos nadando na piscina, trocando confidências e prometendo que um dia sairão do interior da França e se mudarão para Paris, onde viverão de música.

Os três não podiam ser mais diferentes: Étienne é o rebelde, Adrien, o ingênuo, e Nina, a emotiva. No entanto, a união entre eles é maior do que qualquer diferença. Um não se vê sem o outro. Mas, às vezes, nem mesmo o laço mais forte é capaz de resistir aos percalços da vida. Enquanto a infância vai ficando para trás, a forte conexão entre os três também começa a ceder aos obstáculos que surgem ao longo do caminho.

Trinta anos depois de se conhecerem, Adrien, Étienne e Nina se tornaram estranhos uns para os outros. A amizade que eles juraram que seria eterna não existe mais. Porém, um acontecimento inesperado pode trazer à tona segredos enterrados há muito tempo.

Um carro é encontrado no fundo de um lago, e Virginie, uma jornalista com um passado enigmático, começa a investigar o caso enquanto reflete sobre a relação entre os três amigos. À medida que ela se aproxima da verdade, uma sequência de eventos e mistérios que se estende por três décadas é revelada e o destino dos três se cruza novamente.

Da mesma autora de Água fresca para as flores, Três é uma comovente história sobre as mudanças inevitáveis da vida e como os laços que nos unem e as escolhas que fazemos definem quem somos.

"As memórias, o presente e o passado mudam de cheiro. Quando nossa vida muda, nosso cheiro muda"


Este é um dos meus livros prediletos do ano, e posso afirmar que enquanto você ler as mais de 500 páginas deste livro, você sequer sentirá o tempo passar - além dos capítulos curtos serem um acelerador de leitura, a narrativa te prende tanto, a história é tão envolvente que facilmente se torna um livro devorável. 

"O que é insuportável é não fazer nada."

Uma coisa que me surpreendeu muitíssimo foi como a autora foi extremamente meticulosa para criar seus personagens, sejam centrais ou coadjuvantes. Nenhuma ponta fica solta. Quanto aos protagonistas, que são 3, em nenhum momento a história pende para um deles, como normalmente acontece - o livro mostra a importante do trio com o mesmo equilíbrio, e cada um ali cumpre muito bem o seu papel:

Adrian é um personagem que representa afinco todas as pessoas reais que não falam sobre si porque não encontram espaço em meio à uma multidão que só olha pra si mesma. Se houvesse em algum momento essa brecha, certamente ele teria se encontrado mais rapidamente diante de tantas questões que o cerca. 

Nina é uma garota melancólica que sonha com o amor por nunca ter se sentido verdadeiramente amada, e não se dá conta que seu sonho é sua própria armadilha. A ausência materna faz com que ela se sente não pertencente a lugar algum. 

Etiénne é o garoto que só queria dar orgulho ao pai, mas que sente que fracassou diante de todas as suas tentativas. Ou o que ele acreditava ser tentativas. Mas de todos era o mais paternalista. 

"Não dá para sentir falta de quem você não conhece."

E assim a autora nos leva a um emaranhado de acontecimentos, que em nenhum momento fica confuso ou cansativo. Acompanhamos o crescimento se 3 personagens tão distintos, mas se completam tal qual uma familia que tivemos a oportunidade de escolher. E mesmo que os acontecimentos da vida tenha separado o trio em algum momento, a história nos mostra que a cumplicidade nunca morre, não importa o que aconteça. 

Apaixonados pela saga Napolitana, de Elena Ferrante, vão se apaixonar também por essa historia de Valerie Perrin.


Fiz uma playlist da maioria das músicas citadas no livro - uma ótima trilha sonora para acompanhar sua leitura:


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