As viagens da Lou Leal - Oslo


O tigrão e eu em 2016

Porque não ser um turista muito tradicional pode ser divertido: Segunda etapa: All The Roads Lead to Oslo

A frase original é All The Roads Lead to Rome, mas na minha versão é All The Roads Lead to Oslo. Eu sempre que planejo minhas viagens para a Europa, dou um jeito de encaixar uma passadinha por lá e nessas já foram 5 passadinhas.

Me perguntarão vocês: “Lou, o que tem de tão especial por lá”? – Respondo: Nada específico! Mas desde a primeira vez que eu fui, essa cidade laçou meu coração de uma tal forma que quando estou por lá, parece que estou em casa. Se bem que devo conhecer mais Oslo do que minha própria cidade, São Paulo.

Nesse texto vou misturar um pouco das histórias que tenho das outras vezes com a minha última "passadinha", porque posso apresentar um pouco mais da cidade pra vocês, já que ano passado eu até fui visitar alguns pontos turísticos, mas eu já havia visto nas outras vezes. A real é que dessa vez fui mais curtir a cidade do que fazer turismo.

A primeira vez que estive por lá foi em fevereiro de 2009, porque a louca aqui foi atrás de um norueguês que conheci na internet. O rapaz (apesar de ter um bom relacionamento com ele até hoje, não é o foco do post) me levou para conhecer alguns pontos turísticos na cidade, como o Castelo Real, o Parlamento, o Forte de Akershus e vi neve até enjoar.


Foto 1: Parlamento; Foto 2: Foto tirada no Forte Akershus, atrás de mim está a prefeitura de Oslo; 
Foto 3: Pier de Aker Brygge com o mar parcialmente congelado; Foto 4: Castelo Real

Na segunda vez, também pra ver o moço, não teve muito turismo porque nós fomos fazer passeios tipicamente noruegueses: Hiking nas montanhas (que eu enfiei a perna dentro de um buraco porque estava coberto de neve e eu não tinha a menor noção de onde eu estava pisando), passamos o final de semana na cabana no meio do nada (aqui o povo corre pra praia, lá eles correm para as cabanas no meio das montanhas no final de semana), claro que não fiquei só com o mocinho nessas duas vezes, tive meus momentos all by myself pra desbravar a cidade, me misturar aos locais, aprender a andar de transporte público, ir ao shopping e ao Museu de Edvard Munch.


1 - Festividades por conta da indicação de Barack Obama ao Nobel da Paz; 2 - National Theater; 3 - Universidade de Oslo;
4 - Karl Johans gate - uma das principais ruas da cidade; 5 - Aqui não era Oslo, foi em Brumunddal;
6 - Foram 15km de caminhada e eu caí no buraco na volta



Entrada do museu de Edvard Munch - Nesse dia a visitação foi de graça (me dei bem).
Esse quadrinho eu achei bonitinho, coloridinho. Vocês nunca devem ter ouvido falar dele, nem vou colocar legenda.

Na terceira vez fui visitar um amigo (nesse caso amigo mesmo) e ele me levou para visitar mais alguns pontos. Conheci o Museu de Navios Vikings, a Holmenkollen Ski Jumping, que é uma rampa e também um museu do esqui (os noruegueses são tão fanáticos por esquis que existe uma piada que eles já nascem com os esquis nos pés) e ela fica situada em um lugar afastado do centro em uma parte alta da cidade, e de lá você tem uma vista incrível.

1 - Dentro do museu de Navios Vikings; 2 - Teatro Nacional; 3 - Holmenkollen Ski Jumping;
4 - Tigre que fica em uma praça, em frente a estação central; 4 - Fachada da prefeitura;
6 - Um dos vários painéis que decoram a prefeitura.

Em 2016 eu estive em Oslo totalmente sozinha, e como fiquei apenas 1 noite, tive que otimizar bem o meu tempo, então escolhi um lugar bem específico que foi o Museu do Navio Fram. O museu fica na baía de Bygdøy, que apesar do acesso ter sido feito por barco, não fica afastado do centro da cidade. Aliás, ir de barco é muito mais fácil pra quem não está de carro, sem contar que é um passeio a mais. O Fram pertenceu a dois exploradores noruegueses, Fridtjof Nansen e Roald Amundsen, mas eu só o conheci através da história de Roald Amundsen (aguardem que vocês ainda ouvirão falar do meu ‘broda’ Amundsen mais pra frente), que foi o primeiro 'serumaninho' a chegar ao Pólo Sul e ele se tornou herói nacional. A história dessa viagem é tão legal que alguns especialistas em empreendedorismo usam como exemplo de sucesso e de como tornar sonhos possíveis, mesmo com pouca grana.



Estava nos arredores da Opera de Oslo e o vento estava quase me carregando. Sem brincadeira


O convés do Fram


Meu 'broda' Roald Amundsen. Não esqueçam dele.

Entrei nesse simulador e, real/oficial, dá medo. E tem uma múmia de verdade.
Visitar esse museu foi meio que a realização de um sonho, porque eu li bastante sobre a história do Amundsen e virei fã dele. Ver que tudo o que eu lí não era um mero conto de ficção, e que eu estava de frente para o navio das histórias, podendo subir nele, entrar nele, foi surpreendente. Ele foi restaurado e a estrutura do museu toda construída ao redor do navio, então é possível subir no convés e ver algumas partes no seu interior. Fora todos os utensílios, fotos, cartas e etc, que você vê nos andares do museu. Um dos andares é dedicado a exploração de Nansen e a outra do Amundsen (ele pegou o navio de segunda mão pra fazer a viagem até o Polo Sul).

A última vez que estive lá foi ano passado, em outubro de 2017. Com bagagem, a garrafa de vinho e as cervejas que não bebi em Amsterdã, desembarquei no fim da manhã. A temperatura estava agradável, em torno dos 6°. O hotel que eu fiquei, que na verdade é um apart-hotel, se chama Frogner House Apartments (foi a segunda vez que me hospedei nele). Gosto desse tipo de hospedagem porque você tem cozinha no quarto, não fica dependendo de ninguém e nem de horários para fazer suas coisas, comer, etc. A cidade fica cheio de mercados, então é fácil comprar alguma coisa para você cozinhar nesses estabelecimentos. Além de dar um ar de ‘moro aqui’ a sua viagem, a economia é grande, porque a cidade é cara! Claro que dá pra você se divertir, ir a um bar ou restaurante, mas não é algo que eu sugira fazer com muita frequência, porque o custo pode ficar alto. Apesar da nossa moeda valer mais do que a deles, os valores são altos também.

O Frogner House é super bem localizado, tem uma estrutura bem bacana, o quarto é confortável, fica pertinho do Palácio Real, de uma estação de metrô, do centro, e dali é possível fazer vários passeios a pé. Isso é também algo que eu pesquiso quando vou fazer uma reserva de hotel: a localização. Se eu não posso ter a melhor, vejo o que eu posso fazer a partir dalí ou o lugar central mais próximo e aí sim planejo os meus roteiros. Otimizar o tempo quando você tem muito pouco dele, faz o diferencial na sua viagem, e dependendo de como você se organizar, pode conhecer muita coisa bacana.


A Karl Johans Gate, agora sem neve.





Como eu já havia passeado por quase toda a cidade, não tinha muita coisa nova pra ver. Oslo oferece muitas atrações, muitos museus, bares, restaurantes, casas noturnas, e alguns lugares podem até ser visitados de graça. Mas não me interessei em ver dessa vez e fui conhecer o estádio de futebol. Peguei o trem/metrô até o Ullevaal Stadion, casa da seleção norueguesa e a única que nunca perdeu para o Brasil (eles falam com muito orgulho disso, porque o time além de não ter muita expressão no futebol, também nunca mais jogou contra a nossa seleção). Infelizmente ele não estava aberto para visitação, apenas uma pequena entrada e um portão onde você conseguia visualizar um pedaço do estádio no interior, fora isso só era possível visitar as lojas ao redor e tirar umas fotos. Em uma delas, conversando com o vendedor, ele ficou espantado ao saber que eu tinha ido do Brasil até lá. Tipo: ‘Como você sai do seu país quentinho, pra passar frio aqui’? Também revisitei alguns lugares, como o Frogner Park e a Oslo Rådhus (prefeitura).





O Frogner Park é uma atração imperdível da cidade. Grande, lindo, arborizado, e como nessa última vez fui na época do outono, aquela mistura de cores, verde, marrom, amarelo, deu um charme todo especial. Dentro do local também temos o Vigelandparken, que é um parque de esculturar muito famoso - outra atração imperdível e totalmente de graça. As obras foram feitas pelo artista Gustav Vigeland, que juntas formam um belíssimo museu a céu aberto. Vocês lembram daquela escultura de um menininho rabugentinho? É de lá.











Do hotel que fiquei até lá foram uns 15 minutos de caminhada. Um ótimo passeio pra se fazer e aproveitar para conhecer mais caminhos e ruas de Oslo. Apesar do sol, no fim da tarde a temperatura ia caindo, então resolvi fazer o caminho de volta.

Nessa época do ano (outono/inverno), no fim do dia, o ar fica tomado pelo cheiro de madeira que sai pelas chaminés, dos aquecedores e lareiras das casas. Aquele aroma doce, meio rústico, dá uma sensação de conforto... parece que te abraça. Eu simplesmente AMO!

Na volta passei no mercado pra comprar meu jantar (o vinho e as cervejas de Amsterdã, tomei no dia que eu cheguei em Oslo) e enfim descansar, porque no dia seguinte iria de manhã para um dos principais motivos da minha viagem. Ver a Aurora Boreal em Tromsø. Mas este assunto eu prometo contar em meu próximo post.

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