Era especial ou você que tornou especial?



Você já se viu em um relacionamento que parecia ser extremamente perfeito, de uma forma mágica, no qual tudo se encaixava como em um jogo de Tetris, e de repente as peças desse jogo começaram a vir muito rápido, aí você foi perdendo o ritmo, as peças foram se encaixando tudo errado até que o fim se tornou eminente? Pois bem, acredito que essa sensação é mais comum do que imaginamos, e passamos a enxergar isso não enquanto estamos vivendo o momento, - caótico - mas quando acontece com alguém próximo, não é mesmo? Enquanto estamos vivendo na pele, queremos justificar o injustificável, procuramos por respostas que as vezes nem existe com a outra pessoa ou ficamos com a sensação que dormimos bem e acordamos em um pesadelo. Aí quando acaba não vemos mais as cores da vida, não queremos mais sair da cama e quem é propenso a dramatizar, transforma isso em um fim do mundo mesmo, a ponto de acreditar que jamais, jamé, nunquinha, encontrará alguém tão especial na vida.
Mas será que essa pessoa era especial mesmo, ou você a tornou especial?
Sim, talvez você pode ter sido o responsável pela sua própria desilusão. É natural conhecermos pessoas com quem temos uma química legal, uma atração incrível e acabamos projetando nelas tudo o que procuramos em um relacionamento. E por ser o começo, ou aquela fase em que conhecemos a outra pessoa, provavelmente ela dançará a música que estiver tocando e nos permitimos cada vez mais enxergar o que queremos, não o que é de fato. 
E não é com todo mundo que isso acontece. Mas há um diagnóstico certeiro para quem passa por essa situação: carência. Muita gente neste planeta ainda acredita que a base da felicidade é estar em um relacionamento, quando na verdade o que nos faz ter um relacionamento bacana é primeiramente, aprender a nos bastar. Quando nos bastamos, passamos a ter mais confiança e paciência para conhecer outras pessoas, deixamos o outro a vontade para ser quem é de verdade e não ditamos ritmo nenhum, mesmo que seja inconsciente. Quando nos bastamos também conhecemos os nossos limites, entendemos que o outro também tem suas próprias limitações, e acima de tudo, entendemos que não seremos a primeira (e as vezes nem a última) história que a pessoa viverá. 
É também quando nos bastamos que enxergamos os sinais notáveis que o outro lado da história nos emite. Nem sempre o envolvido está na mesma que você (isso acontece até com amizades, quem dirá em relacionamentos!): as vezes está mais ou menos envolvido, as vezes quer se aprofundar mais na sua personalidade ou só quer algo casual mesmo. É muito importante ter noção desta leitura, pra que ambos ditem o ritmo das coisas, e não um só. 
E como fazemos pra nos bastar? Nos apaixonando por nós mesmos! Nos conhecendo a cada dia, cuidando mais do nosso bem estar, nos preocupando com nossas emoções de forma ponderada, conversando com quem temos afinidade, aprendendo com experiências de outras pessoas, e principalmente, se permitindo ter um tempo só pra si. Nossas expectativas sempre terão que ser superadas por nós mesmos. O que vier de um relacionamento é lucro. Dos bons!

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