Soraia: não me reconheço mais

Tenho 33 anos, mas creio que por conta do meu tamanho e jeito a maior parte das pessoas diz que pareço ter menos idade do que tenho de fato. Mas nos últimos três anos, depois de me tornar de fato uma balzaquiana, algumas coisas foram me tirando o sono aos poucos. O metabolismo, que já não era lá essas coisas, começou a ficar mais lento. Minhas roupas, algumas das quais eu me orgulhava de ter mais de 10 anos de uso, não estavam mais fechando. Celulites, as quais eu nem possuía até meus 25 anos, estão invadindo meu corpo como se estivessem jogando War e tivessem como objetivo conquistar o mundo. 
O golpe final veio por meio de uma foto e não do espelho: alguns sinais em meu rosto. De repente, veio a pergunta: quem é você e o que fez com o meu “eu” real? Demora um pouco para cair a ficha. Em muitos aspectos, agradeço o passar dos anos. Sinto-me mais bonita, confiante. Meu cabelo, quanta diferença.! Nesses últimos 15 anos, fui de “Elba Ramalho” (apelido gentilmente fornecido pelos meus colegas de estudo) a uma pessoa que se permite fazer os mais diversos tipos de penteado e até andar na chuva sem se preocupar com o resultado final. 
Mas, afinal de contas, por que estou contando tudo isso? Porque o mesmo motivo que me assustou, me deu forças para questionar mais uma vez o que a sociedade faz conosco, mulheres. Dia 8 de março comemoramos o dia internacional da mulher. No entanto, continuamos subjulgadas em meio a machismos velados, bem disfarçados, que nos conduzem a querermos a perfeição. Temos que ser magras, simpáticas, ter bom humor, ter uma carreira bem sucedida, ser boa mãe, esposa, amante, ser companheira, fiel, boa filha, boa amiga. Se esqueci de algo, me perdoem. É que temos que ser tanta coisa que já não sei ao certo se darei algum dia conta de todo esse peso que foi colocado sobre meus ombros, só por ter nascido mulher. 
E se eu não quiser ter filho? Ou uma carreira? Ou ser eternamente solteira? Posso? Sim, você pode, mas prepare-se: será questionada, analisada, criticada. Fugir do padrão tem um alto preço. Está preparada para pagá-lo? Não, não sou uma “feministinha patética e mal amada”. Não me rotule, tampouco julgue as feministas. A propósito, adoro quando meu marido abre a porta do carro para mim ou me leva para jantar e paga a conta. Esta não é a questão. O ponto é: realmente as rugas me incomodam ou incomodam uma sociedade em que ser bela e jovial para sempre é um ideal a ser seguido? 
Quando comecei a escrever este texto, pensei: vou fazer uma busca pela internet e mostrar o que há de melhor e, dentro do possível, mais acessível no mercado para nos livrarmos dessas marcas de expressão. Só que percebi que posso me cuidar e não preciso me cuidar. Entende a diferença? Nela cabe um caminho, alternativas. Aceitar-me ou não. 
Confesso que ainda estou decidindo, mas seria interessante se pudéssemos compartilhar experiências. O que acha? De qualquer forma, semana que vem mostrarei algumas alternativas para voltarmos a nos sentir como meninas, depois dos 30. E desde já reitero que aceito sugestões. Até a próxima.
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