Mila: Medo do escuro


Sim. Eu fui avisada. Eu sabia que isso era possível de acontecer. Os argumentos que usaram foram os mais honestos e menos moralistas possíveis. Até porque não costumo ter confiança em gente de “cabeça fraca”.

Não me criticaram pelo fato dele ser casado, me criticaram, ou melhor, me advertiram ao fato de que aquilo não era pra mim. Por tudo que eu sou, por tudo o que eu conquistei, eu não merecia o papel de um simples brinquedo.

Mas eu não escutei . Eu quis pagar para ver algo que estava bem a mostra, de graça.

Nos encontramos. Como não poderia deixar de ser, quis mostrar a ele como era especial para mim. Quis que ele se sentisse amado, desejado e querido. Consegui tudo isso. E em mim? Quem pensou? Quem pensou no meu bem estar, em fazer eu me sentir querida?

Quis conversar como a tanto tempo não conversava; ouvir incentivos; me sentir admirada. Não consegui dizer uma palavra. Eu estava lá para me doar, apenas.

Eu sempre soube que teria que me contentar com sobras. Mas nunca pensei que as sobras seriam tão ínfimas. Nunca pensei que o mesmo o pouco, fosse capaz de ser tão raro.

Depois da família, do trabalho, dos amigos e dos amigos da internet... eis ai meu lugar. E o que sei é que não adianta chorar, resmungar e reclamar gastando meu latim. Isso nunca terá importância nenhuma. Nunca será relevante.

Acabo me sentindo estúpida por ter sentimentos, culpada por estar sendo cúmplice de um provável sofrimento de outrem (quem não sofre por estar sendo enganado?), ridícula por implorar atenção.

Enfim por mais moderna e arrojada que eu me imagino, não deixo de ser humana. Me arrependo de cada minuto desta curta, porém infeliz história.

“Você está aonde você se põe(...) Até agora tem escolhido mal o seu caminho e o resultado é o que você tem. Mas ainda é tempo de mudar.(...) A escolha está em suas mãos”

Zíbia Gasparetto - Se abrindo para a vida


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Esse texto foi enviado por uma leitora, cujo nome foi mantido em sigilo, a qual responde por Mila.
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