Juliana Trinci: Rivais? Vai pensando!


Com toda certeza, você já ouviu alguém comentar que mulheres não são confiáveis. Ou que mulheres são competitivas. Quem nunca reclamou da chefe dizendo que trabalhar com chefe mulher é uma grande porcaria? Ou aquela piadinha escrota “Como confiar em um ser que sangra uma vez ao mês e não morre.” 

Eu já ouvi isto milhares de vezes. Mas minha história de vida não me deixa acreditar em tal fato. Eu tenho amigas desde quando me conheço por gente. Meninas que eu conheci aos 7 anos fazendo colar de macarrão na aulas de artes. “Ah, mas você deu sorte”.

Foi isso não. Ao decorrer dos anos, meu círculo de amigas foi aumentando. Ainda hoje tenho amigas que testemunharam meus amores platônicos e minha pressa por beijar (hihihi). “Ah, mas quando conhece depois de adulta”. Negativo. Trago até hoje amizades que eu fiz na faculdade, que me deram a mão no momento que mais precisei. Também tenho amizade com pessoas que eu conheci entre o “ Hi, How are you?” do curso de inglês, e pessoas com quem trabalhei um tempo. Não é possível só eu ter tido a sorte de encontrar mulheres tão maravilhosas na vida.

No ambiente de trabalho fui supervisora de uma equipe pequena formada só por mulheres. Apesar de sermos em menor número, a quantidade de trabalho era a mesma que as demais equipes. Enquanto meus pares supervisores tinham que se explicar porque seus analistas faltavam, eu nadava de braçada com minhas meninas. Elas já chegaram a se estranhar por causa de cor de esmalte, mas na hora do “vamos ver” estavam ali, fortes e apoiando umas as outras.

O problema é que insistem em dizer que mulheres não são confiáveis. E aí, por medo de se dar mal, muitas mulheres agem na defensiva uma com outras. E assim, como já diz um velho ditado, uma mentira contada muitas vezes torna-se verdade. Passamos tantas vezes acreditando que somos rivais, que acabamos tornando isso verdade, por esta sempre na defensiva.

Existem pessoas competitivas, existem pessoas não confiáveis. Homens, ou mulheres. Não fomente esta inverdade, agindo de maneira defensiva de uma maldade que pode ser que nunca tenha existido.

Mais amor, menos sexismo por favor.

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