Iatan GM: um pouco de Sábado para todo dia da semana


Foto da revista Roda #2
Quem me conhece pessoalmente sabe que o Cícero é um dos meus xodós musicais. Quem me conhece pelas redes sociais, ou mesmo só pelas postagens aqui do PhD, com certeza também sabe.
O CD “Canções de Apartamento” foi lançado há dois anos, e pouco tempo depois já era um dos mais compartilhados na internet. Cícero agarrou uma pequena legião de fãs, o que por um lado trouxe bastante pressão pra cima do cantor e compositor de vinte e poucos anos.
Agora tudo é diferente, transparecer intimidade num álbum quando se é desconhecido no meio artístico é fácil, manter a essência depois de um sucesso, depois das regalias que o reconhecimento e a fama podem proporcionar que é difícil.
Em uma listagem recente do last.fm, Cícero foi o terceiro artista brasileiro mais ouvido da geração atual, ficando atrás apenas das cantoras Céu e Mallu Magalhães, respectivamente em segundo e primeiro lugar.
O segundo CD de Cícero, batizado de “Sábado”, foi lançado no último dia 31 de agosto. O próprio cantor falou um pouco sobre seu trabalho para O Globo.

Capa de "Sábado"
"Sábado" não tem clímax, refrões, pratos de ataque, agudos, médios. É um disco de 29 minutos que fiz pensando naquela momento de final de tarde, entre 17h30 e 18h, que não é nem barro nem tijolo, nem alegre nem triste, nem começo nem fim de nada. É um estado de espírito que me acompanha desde sempre.
As letras estão menos literais confessionais e mais abertas. Como haikais, as músicas tem duas, três estrofes - há uma com apenas uma. Até pelas divisões menos usuais, não há tantos versos que se destaquem numa primeira audição. São letras pra descer devagar, frases que serão encontradas por momentos, não o contrário.
Esse disco é menos afável que o "Canções de Apartamento". Tem menos frases de efeito, a poesia, é mais rarefeita. É um posicionamento mesmo, estou querendo ir sair da coisa do meme. Vamos ver se comunica, né.

A questão é que Sábado é um CD tão intimo e efêmero quanto o “Canções de Apartamento”. Ainda que não se aprofunde mesmo, se escutarmos atentamente nós conseguiremos captar aquilo que Cícero quer nos passar. E é justamente isso, aquele momento em que paramos pra pensar na vida, lúcidos ou não. Não temos letras tão enormes e espetaculares quanto as do “Canções”, no “Sábado” é tudo mais direto, versinhos simples, músicas com uma ou duas estrofes, mas que conseguem transparecer tudo aquilo que significariam com quatro ou cinco. 
Vocês podem ouvir o CD completo no vídeo abaixo.

Todas as faixas são maravilhosas, mas as minhas preferidas são "Ela e a Lata", "Por Botafogo", "Duas Quadras" e "Asa Delta" (gente, amei essa música mais do que tudo).
Os CD “Sábado” está disponibilizado para download no site do Cícero, e caso você ainda não tenha ouvido o “Canções de Apartamento”, ele também está disponível pra baixar no www.cicero.net.br.

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